AdsTerra

banner

terça-feira, 14 de agosto de 2018

"Escândalo dos cadernos" revela fraudes envolvendo Macri e Kirchner na Argentina

Ao menos 20 gestores próximos do atual presidente estão envolvidos nas fraudes

Caso atinge a ex-presidente Cristina Kirchner e uma dezena de ex-funcionários seus | Foto: Eitan Abramovich / AFP / CP

Caso atinge a ex-presidente Cristina Kirchner e uma dezena de ex-funcionários seus | Foto: Eitan Abramovich / AFP / CP

O "escândalo dos cadernos", um caso judicial envolvendo milhões de dólares em propinas, abalou o meio empresarial como nunca antes na Argentina. Do lado político, o caso atinge a ex-presidente Cristina Kirchner e uma dezena de ex-funcionários seus. Resvala também em homens de negócios amigos ou parentes do presidente Mauricio Macri. O que surpreende é que jamais houve tantos e tão poderosos empresários envolvidos. São ao menos 20. E a cada dia surge um novo nome de peso.

• Concluído anteprojeto de ponte internacional entre Brasil e Argentina

O empresário e primo de Macri, Angelo Calcaterra, se declarou vítima de pedidos de dinheiro do kirchnerismo para financiar campanhas eleitorais. Sentou no banco dos réus o número dois da multinacional Techint, Luis Betnaza. Desfilam grandes empresários como o construtor Carlos Wagner e Juan Carlos De Goycochea, da espanhola Isolux. "Não é a primeira vez que importantes empresários vão para a prisão, mas é inédito o número e o motivo", disse à AFP Sergio Morresi, cientista político da Universidade Nacional de San Martín.

São investigados milhões de dólares em supostas propinas saídos dos cofres patronais como contribuição à política por baixo dos panos. "O setor empresarial tem um papel relevante neste caso, incluindo a Techint", declarou à AFP o cientista político Rosendo Fraga sobre a companhia ítalo-argentina com investimentos em 100 países. Esta seria a versão argentina do caso Odebrecht? Existiria no país uma espécie de Operação Lava Jato portenha? "O processamento e a prisão de empresários é um fato novo e, considerando a impopularidade e a impunidade que gozam os grandes empresários, é provável que seja bem recebido pela opinião pública", assinalou à AFP o sociólogo Ricardo Rouvier. Morresi acredita que "um resultado possível é um verdadeiro avanço na transparência, com condenações judiciais".

Os cadernos

O caso se popularizou como o "escândalo dos cadernos". Envolve um motorista arrependido que levava ex-funcionários kirchneristas e anotava detalhadamente movimentos com supostas bolsas de dinheiro: este é Oscar Centeno, expulso do Exército por má conduta. "Não há dúvida de que os cadernos descrevem com precisão o modo como o kirchnerismo arrecadou ilegalmente fundos durante sete anos sem que levantasse suspeita de nenhum órgão de controle", disse à AFP Nicolás Solari, da consultora Poliarquía.

• Senado da Argentina rejeita projeto para legalizar aborto

As anotações de Centeno vão de 2005 a 2015, períodos de governo do falecido ex-presidente Néstor Kirchner e de sua esposa e sucessora, Cristina Kirchner. "E agora quem vai colocar dinheiro nas obras públicas? Com a Lava Jato viemos suportando três anos de queda da atividade no Brasil", advertiu Miguel Acevedo, chefe da poderosa União Industrial, que não está envolvido. Os mercados reagiram com quedas da Bolsa e da moeda.

O risco-país subiu a 704 pontos, o maior período de Macri. Caíram ações de empresas argentinas em Wall Street. "Temos visto como podem escalar esses casos", disse a consultora Capital Economics em referência ao Peru e Brasil. "Se o governo de Macri se vir envolvido será mais difícil que as agressivas reformas econômicas pactuadas com o FMI passem no Congresso", acrescentou.

Interrogatório a Kirchner

A ex-presidente e senadora Cristina Kirchner, a política opositora de melhor imagem, declara nesta segunda-feira ante Claudio Bonadio, polêmico juiz investigador. Bonadio disse a pessoas próximas que quer levá-la à prisão. Ela se declara como "perseguida política". No desfile de empresários entraram os da chamada "Pátria Contratista", como são conhecidos os que enriqueceram com obras e serviços públicos na ditadura e em governos democráticos.

O ex-chefe de gabinete Alberto Fernández denunciou que os empresários próximos ao poder saíram livres e que os que ficaram atrás das grades, por enquanto, são kirchneristas. "Alguém pode me explicar como o primo (de Macri) Calcaterra sendo membro da associação criminosa está livre e todos os outros presos?", questionou.


AFP e Correio do Povo


ENTRETENIMENTO

Grupo Record lança plataforma PlayPlus

CORREIO FEMININO

The Queen: Serena Williams ganha coleção para US Open

BEATLES

Matemáticos usam estatística para determinar quem compôs "In My Life"


MÚSICA

Maria Rita cantará com Andrea Bocelli em turnê brasileira

Cantora se apresentará com tenor em shows em Porto Alegre, Brasília e São Paulo

SÉRIE

Netflix inicia produção de primeira série original em língua árabe

LIVRO

George R. R. Martin fala sobre facilidade de matar personagens

CINEMA

Novo filme de Oliver Stone terá Benicio Del Toro como protagonista

Nenhum comentário:

Postar um comentário